A intertextualidade é um tema relevante quando se fala em estratégias de produção de texto. Aplicar ferramentas adequadas e investir em conhecimento relevante sobre o assunto contribui para a qualidade de suas produções textuais.
Mas afinal, você sabe o que é intertextualidade? Quais são os tipos e como ela se relaciona com a qualidade de um artigo de marketing de conteúdo? Neste post especial sobre o tema, você vai encontrar a resposta para essas e outras perguntas envolvendo o assunto. Acompanhe!
O que é intertextualidade
Mesmo que você não produza textos, com certeza a intertextualidade está presente na sua rotina, e provavelmente você nunca se deu conta disso.
Escritores profissionais buscam inspiração em eventos, experiências, personagens históricos, outros escritores e também outros textos. E é especificamente nessa última fonte de inspiração, que a intertextualidade está inserida.
Conceitualmente, ela pode ser explicada como a relação ou influência entre dois ou mais textos, considerando as referências existentes entre os mesmos. Tais referências podem ser explícitas ou implícitas, como você verá mais adiante.
Isso significa que a intertextualidade é um elemento de escrita que tem o propósito de resgatar modelos e parâmetros já estabelecidos em outros textos.
Mesmo que sem intenção, acabamos utilizando essas referências de forma automática em nossas produções textuais.
É importante destacar que o elemento não está presente apenas no trabalho de escritores ou produtores de conteúdo, ele também ocorre em publicações jornalísticas, músicas e até mesmo em e-mails e mensagens pessoais.
A grande vantagem da intertextualidade é que, quando utilizada de forma estratégica e inteligente, ela consegue enriquecer o texto, uma vez que permite explicar determinado assunto de forma mais completa.
A forma mais fácil de entender o assunto na prática é conhecendo as suas classificações e tipos. Por isso, continue a leitura e entenda como aplicar este elemento nas suas próximas produções.
A intertextualidade e suas classificações
A intertextualidade é dividida em duas categorias, a intertextualidade implícita e intertextualidade explícita. Como o próprio nome sugere, uma está subentendida, enquanto a outra é clara e objetiva. Entenda um pouco mais do conceito de cada uma delas, a seguir!
Intertextualidade implícita
Esta modalidade é de difícil identificação, já que ela não pode ser claramente percebida pelo leitor. Isso significa que a intertextualidade implícita não estabelece uma relação direta com o texto fonte, e não traz elementos claros que ajudem no seu reconhecimento.
Intertextualidade explícita
Na modalidade explícita, como o nome sugere, os leitores não tem dificuldade para identificar os elementos e fazer uma relação rápida com o texto fonte. Nesse caso, não surge a necessidade de conhecimento prévio ou dedução lógica para ter uma compreensão clara do elemento intertextual.
Os 8 tipos de intertextualidade
De acordo com os estudos de linguística textual, a intertextualidade pode ser dividida em oito diferentes tipos, conforme você verá a seguir:
1. Alusão/Referência
Na alusão, também chamada de referência, é feita uma sugestão ou insinuação acerca de um lugar, personagem ou acontecimento, por exemplo.
Ela não é considerada direta, já utilizar os elementos de outros textos indiretamente. O exemplo a seguir ajuda a entender melhor:
Narciso é e sempre foi o mais bonito. (Alusão ao Narciso, personagem da mitologia grega conhecido por seu orgulho e beleza).
2. Bricolagem
A Bricolagem é uma técnica de intertextualidade mais comum na pintura e música. Nela, o artista utiliza trechos ou partes de diversas obras, incluindo da sua. É importante destacar que a bricolagem também acontece na produção textual, nas situações em que um texto é criado a partir de fragmentos de outros textos.
Ela não é produzida com peças iguais, é possível abusar da criatividade e mudar cores, sentidos e modelos, oferecendo uma nova interpretação do material.
Aqui, é uma modelo muito utilizado com o quadro famoso Monalisa, de Leonardo da Vinci, em que são criadas novas artes, com diferentes rostos no corpo da figura em questão.
3. Citação
A citação é um tipo de intertextualidade muito conhecida e que é aplicada em diversas situações. Nela, ocorre a reprodução parcial do texto fonte por meio da transcrição exata das palavras utilizadas pelo citado, seguido da sua identificação.
Neste contexto, a citação tem o objetivo principal de trazer confiabilidade ao texto que está sendo produzido, por meio do uso de uma referência reconhecida e que corrobora as alegações do autor.
4. Epígrafe
Ela se caracteriza por uma escrita introdutória, um pré texto que serve para resumir o pensamento de um autor. Ou seja, o autor utiliza uma passagem de um texto fonte para dar início ao novo texto, correlacionando o primeiro com a sua nova criação.
Com isso, é possível utilizar o pensamento de outra pessoa, para organizar a sua própria tese, oferecendo um conteúdo de qualidade e preparando o leitor para o que será abordado.
A epígrafe é muito utilizada em textos acadêmicos e técnicos, mas também pode ser aplicada em diversas outros tipos de produções textuais.
5. Paráfrase
Já na paráfrase o escritor reinventa um texto existente, reproduzindo o mesmo em outros termos mas sem perder a ideia inicial.
Ela pode ser classificada como uma reescrita de um texto que já existe, sem perder a essência e o sentido do material original.
A paráfrase é diferente da citação, pois ela reafirma ideias do texto fonte, mas sem utilizar o texto e qual ele foi escrito. Ou seja, é a recriação do texto mantendo a mesmo ideia mas utilizando outras palavras.
6. Paródia
A paródia é utilizada com o propósito de subverter a temática do texto original, visando fazer uma crítica ou estimular uma reflexão a respeito de determinado assunto.
Na paródia são utilizadas a ironia, uma forma de expressão que consiste em dizer o contrário do que se quer expressar; e a sátira , que ridiculariza um tema, de forma a fazer uma crítica ao mesmo.
7. Pastiche
Muito comum em músicas e imagens, essa intertextualidade consiste na imitação do estilo de outros autores, mesclando assim, vários estilos em uma única obra.
Porém não confunda com a bricolagem, uma vez que o pastiche se apropria dos estilos e formatos, e não diretamente de palavras já escritas.
O pastiche não tem o propósito de criticar ou satirizar, por isso não pode ser associado à paródia, mas sim de ser uma imitação direta ao estilo de outro autor.
8. Tradução
Por fim, a tradução é um tipo de intertextualidade também muito conhecido que consiste na passagem de um texto de um idioma para outro.
As traduções são consideradas intertextualidades, pois no processo de passagem do texto podem ocorrer interpretações diversas, uso de novas expressões e adequação à realidade no idioma, para qual o mesmo está sendo traduzido.
Entenda como a intertextualidade é aplicada no Marketing
Como já falamos, a intertextualidade é um ótimo recurso para utilizar durante a estratégia de Marketing de Conteúdo, e para ajudar você, vamos exemplificar como isso acontece em cada tipo. Confira!
Memes
Quem não gosta de um bom meme, não é mesmo? As marcas estão cada vez mais utilizando esse recurso para se aproximar com o público, e fazer uma relação com o produto ou serviço. Isso é feito por meio da paródia!
Campanhas
Aqui, a criatividade é ilimitada e vale tudo para conquistar o cliente e ser persuasivo. Podemos diversos exemplos de como a intextualidade está presente, com destaque para a pastiche e paráfrase, ao utilizar um elemento do entretenimento por exemplo para relacionar a sua oferta.
Podemos citar um anúncio da marca Bombril, em que um ator se veste como a Monalisa, de Leonardo da Vinci, com o slogan — “Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima”. Tal feito tem o intuito de fazer o leitor acreditar que o produto ofertado, torna a roupa macia e perfumada, como se fosse uma obra-prima.
Dados e Estatísticas
Durante a elaboração de um artigo, um recurso muito comum é contar com dados que comprovem um argumento, esse recurso é vital para atribuir autoridade à marca e gerar valor. Estamos falando do tipo “citação”, ao qual recorremos em pesquisas de outros sites.
Construção da Marca
Saber como e o que falar com a sua audiência é muito importante. A partir da análise de sua persona, é possível identificar maneiras de mostrar relevância com elementos de fora, assim, a intertextualidade tem múltiplas utilidades aqui, a partir das preferências do público que você quer alcançar.
Traduções
Como o próprio nome indica, o ato de traduzir um idioma também é recorrente e nem percebemos. O Marketing é composto por várias siglas estrangeiras que são utilizadas no cotidiano, e quando citamos em algum conteúdo, é válido sempre fazer a tradução. Um exemplo aqui é o ROI, que significa return on investment, traduzido é retorno sobre investimento.
Comparações entre a concorrência
Outro exemplo prático é quando uma marca faz comparações do seu produto com a concorrência, para avaliar os principais atributos, a fim de que o leitor escolha sua oferta. Isso pode ser contextualizado no benchmarking, quando analisamos a concorrência para oferecer o melhor produto.
Como você percebeu, a intertextualidade é um tema extenso e que apresenta características específicas para serem conhecidas e compreendidas, especialmente pelas pessoas que atuam na área de produção textual.
Utilizar as melhores técnicas e desenvolver um texto que transmita a informação correta ao leitor demanda estudo, conhecimento e o uso de elementos de escrita como a intertextualidade. Se você atua na área do marketing de conteúdo, é imprescindível conhecer o assunto e aplicá-lo em sua realidade.
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